Instituto Pensar - Bolsonaro desdenha mais uma vez de medidas para conter Covid-19

Bolsonaro desdenha mais uma vez de medidas para conter Covid-19

por: Iara Vidal


 Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar as medidas sanitárias para conter o avanço da pandemia da Covid-19. Na manhã deste domingo (28) ele usou sua conta no Twitter para atacar o fechamento de comércios determinado por diversos governadores do Brasil em razão do colapso causado pela pandemia de Covid-19. 

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Bolsonaro minimizou a importância dos hospitais estarem lotados e alegou que "a saúde no Brasil sempre teve seus problemas?.

https://twitter.com/jairbolsonaro/status/1365999855806611457?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1365999855806611457%7Ctwgr%5E%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.socialismocriativo.com.br%2Fbolsonaro-desdenha-mais-uma-vez-de-medidas-para-conter-covid-19%2F 

O chefe do Executivo publicou a imagem de uma matéria de 2015, sobre problemas nos leitos de saúde, e replicou uma mensagem que já tinha sido feita antes no Twitter, com exatamente as mesmas palavras, por um usuário. 

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Número de mortes por Covid-19 é o maior no país

A manifestação do presidente da República foi feita no dia seguinte em que o Brasil registrou a pior média móvel de mortes por Covid-19 em toda a pandemia. 

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Dados divulgados neste sábado (27) pelo consórcio de veículos de imprensa mostraram que 1.180 brasileiros morreram, em média, nos últimos sete dias.

Os números de mortes pelo coronavírus  reforçam que o país está no momento mais letal da pandemia. A média móvel está acima de mil mortos desde 21 de janeiro, há 38 dias.

Discurso negacionista de Bolsonaro é recorrente

Apesar do cenário desolador causado pela pandemia, Jair Bolsonaro persiste no discurso negacionista. Desde o começo da crise sanitária o presidente da República é um inimigo das medidas sanitárias para conter o avanço do vírus.

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Primeiro ele afirmou que a doença era uma "gripezinha? e que mataria poucas pessoas. Depois, passou a discursar que era preciso priorizar a economia, sem adoção de medidas de restrição ou isolamento social.

Bolsonaro também insistiu em promover a utilização de medicamentos que nunca tiveram eficácia comprovada para prevenir ou combater a covid-19. 

O governo federal comprou e produziu cloroquina, além de divulgar que ivermectina teria efeito contra a doença. Mas até o laboratório que fabrica o medicamento internacionalmente admitiu que o remédio não tem utilidade para combater o coronavírus.

O presidente também criticou muito as vacinas contra Covid-19. Chamou atenção por dizer que elas poderiam causar efeitos adversos e brincou que poderiam transformar alguém em jacaré.

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Ele ainda entrou em conflito com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), em razão da CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan e pelo laboratório chinês SinoVac. 

Bolsonaro chegou a dizer que não compraria a vacina por desconfiar da China. Mas depois da aprovação da Anvisa para uso emergencial, o Ministério da Saúde adquiriu 130 milhões de doses, que estão sendo produzidas e aplicadas em todo país.

Recentemente, Bolsonaro tem criticado as restrições e até o uso de máscaras. No dia em que o Brasil completou 250 mil mortes, ele afirmou, sem apresentar estudos concretos sobre o assunto, que as máscaras podiam até fazer mal. Mas os principais órgãos de saúde recomendam a utilização desse produto como forma de prevenção.

Com informações do UOL



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